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Marcus Paixão publica CARTA ABERTA sobre eleições e os governos em CM

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Por: Marcus Paixão*
Sempre me mantive em silêncio sobre as disputas eleitorais. Como pastor Batista jamais permiti que um candidato fizesse uso do púlpito da igreja com fins políticos e partidários, atitude que deixou muita gente contrariada, visto que essa não tem sido a postura assumida por todos os pastores. Políticos profissionais já me procuraram em diversos momentos – principalmente em época de eleição – solicitando minha presença em eventos partidários ou pedindo um espaço no culto a Deus para falar com o povo. Algumas vezes, quando achei adequado, me fiz presente em algumas ocasiões, não por conta de partido A ou B, mas por entender que a causa parecia boa e justa. No entanto, sempre neguei veementemente o púlpito da igreja para políticos de qualquer partido. Continuarei negando, pois do púlpito da igreja deve vir tão somente a mensagem de Deus ao povo. Os que estão ali reunidos esperam ouvir as fieis promessas Daquele que pode verdadeiramente transformar a vida humana.
marcos
Foi prática comum na igreja em que pastoreio a realização de um culto a cada início de um novo governo, independente do partido que tivesse obtido vitória nas urnas. Naquelas ocasiões nos reuníamos para pedir as bênçãos de Deus sobre as autoridades eleitas (presidente da república, senadores, deputados, prefeito, vereadores, e até aos secretários que iriam formar o novo governo), exatamente como tem sido a prática da igreja de Cristo em todo lugar. Na Bíblia somos convocados a fazer súplicas a Deus em favor das autoridades (1 Timóteo 2.1-2) e reconhecer que todos os governantes da terra são levantados por Deus (Romanos 13.1), sem nenhuma exceção, “pois não há autoridade que não proceda de Deus” e “toda autoridade é constituída por Deus”. Dessa forma, tanto os governantes (e sistemas de governo) despóticos, ditatoriais, Nazistas, comunistas, totalitários e todo tipo de governante cruel, assim como os bons governantes, que honram a justiça e o direito, todos procedem de Deus. Sendo assim, entendemos que os governantes são o braço de Deus agindo para abençoar ou para disciplinar e punir uma nação, um estado ou uma cidade.
A Bíblia revela, por exemplo, que o faraó do Egito, nos dias de Moisés, foi levantado por Deus para reinar sobe o mais poderoso império do mundo: “Para isto mesmo TE LEVANTEI, para mostrar em ti o meu poder…” (Romanos 9.17). Diz ainda a Escritura que Deus “REMOVE REIS e ESTABELECE REIS” (Daniel 2.21) e a Nabucodonsor, rei da Babilônia, foi dito: “tu, ó rei, és rei de reis, a quem o Deus dos céu TEM DADO O REINO, o poder, a força e a glória” (Dn 2.37) . Portanto, diante do exposto, é evidente que Deus estabelece os governos da terra. Na realidade, Deus reina sobre a terra e executa sua vontade (também) por meio (e sem meios também!) dos governantes que ele estabeleceu. Esse fato não anula a nossa responsabilidade nas urnas, ao votar em nossos candidatos. Não podemos esquecer que cada escolha nossa no ato de votar e escolher aquele que nós entendemos ser o melhor candidato, aquele que tem as “melhores políticas”, é responsabilidade inteiramente nossa, e vamos ser responsabilizados por nossas escolhas incorretas.
Um governo mal não é mal por que Deus o fez assim. Homens tiranos, perversos, desonestos, que chegam ao governo, são apenas instrumentos que Deus utiliza para agir contra um determinado povo, para dominá-lo ou destruí-lo, e jamais devemos pensar que são aprovados por Deus em suas faltas. Da mesma forma são os bons governantes. Deus também os levanta para abençoar um país. Apesar da Soberania de Deus ser absoluta, não devemos ser apáticos ou coniventes com os maus governantes e com os sistemas políticos anticristãos. Devemos reprová-los. Ao se deparar com governos tiranos os profetas jamais ficaram em silêncio. Isaías, Jeremias, Amós, Oseias, Habacuque, Daniel, João Batista, os apóstolos e o maior de todos, o Senhor Jesus Cristo… Todos os homens que Deus levantou como portadores de sua mensagem denunciaram veementemente as injustiças de governos e autoridades que se levantaram perversamente contra o povo e contar Deus. É com a mesma firmeza que os profetas agiram no passado que nós devemos agir hoje.
Nosso país vive um momento crucial em sua direção e governabilidade. Acabamos de ter uma disputa presidencial duríssima entre PT e PSDB (Dilma e Aécio), que mobilizou praticamente todos os brasileiros, e que foi considerada uma das disputas eleitorais mais acirradas da história. Dilma venceu as eleições. Cabe a todos os brasileiros aceitar o resultado democrático das urnas e entender que é esta a vontade de Deus para o Brasil. Isso não significa concordar com o governo e suas medidas. Se Deus permitiu a permanência do PT no governo do Brasil, nós vamos saber mais cedo ou mais tarde se isso aconteceu para abençoar ou para punir o país. Veremos se Deus tem ou não “uma contenda contra esta nação” (Oseias 4.1), como teve nos dias de Israel, preparando tiranos para reinar sobre eles. Não é momento para praguejar; a eleição já passou. É bom lembrarmos que Deus muda os homens. Ele mudou o coração de uma cidade inteira, Nínive (Jonas 3), incluindo o rei, ao fazê-lo reconhecer seus pecados e levá-lo ao arrependimento: “Esta palavra também chegou ao rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, e tirou de si as suas vestes, e cobriu-se de saco, e sentou-se sobre a cinza” (Jonas 3.6). Até mesmo reis perversos são usados por Deus para abençoar o seu povo, como Ele fez ao usar o rei Ciro, da Pérsia, como instrumento para libertar os israelitas: “Que digo a Ciro: é meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz” (Isaías 44.28).
Os derrotados nas urnas devem desejar que o PT realize um bom governo, justo e honesto. Continuarei a orar pela presidente Dilma Rouseff e seu governo, pedindo a Deus que abençoe a nação brasileira. Contudo, também estarei atento como os profetas no passado, pronto a reprovar qualquer desmando e injustiça praticados em seu governo. Qualquer um que use de sua autoridade para promover ações e idéias anticristãs terá sempre minha reprovação. Deus abençoe o Brasil.
Marcus Vinícius Costa Paixão*
Pastor Batista, formado no Seminário Teológico do Nordeste – STNe
Mestrando em Teologia no Seminário Servo de Cristo
Graduando em História pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI
Editor do jornal FOGE HOMEM

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