EXCLUSIVO: AO SAUDOSO POETA CUNHA NETO
O poeta cordelista José da Cunha Neto, faleceu em sua casa, na madrugada do dia 07 de Fevereiro de 2010, no centro de Campo Maior. Cunha Neto, vinha sofrendo de vários problemas de saúde nos últimos anos de vida. Autor de diversos livros de cordel, Cunha Neto, escreveu poesias sobre Campo Maior, sua história e seu povo. Cunha Neto, era um dos maiores poetas de cordel do Brasil, com vários livros publicados. O saudoso poeta Cunha Neto, deixou diversas obras que relata a história da nossa gente, parentes, amigos e muita saudade!
Poeta que era, igualmente, a voz que plena, emotiva e certeiramente dizia as palavras necessárias e urgentes; o poeta solidário, morrendo aos poucos de ternura; o poeta dos instantes, dos dias altos, levantados, inigualáveis de Março.(13 de Março), Junho(Glorioso Santo Antônio)...Cunha Neto foi a voz e a palavra conjugadas num raro, inato talento de prestigiador, transformando, em arte, o que definiu, a poesia “numa arma carregada de futuro”. E essa voz, e as palavras que ela veiculava, ajudaram, de forma perene, a construir uma cidade, a edificar esse canto maior, uníssono, da nossa coletiva alegria, da geral libertação que todo um povo, erguendo-se do chão raso da vergonha e da ignomínia, pôde viver e sentir, e apossar-se, fazendo da Liberdade uma razão e de Março a sua lança para o futuro.
Cunha Neto foi mais do que um grande poeta; foi um expressivo, poderoso inventor de cordéis, de imagens que percorrem, anos volvidos sobre a madrugada que sonhámos, o nosso mais sensitivo território dos afetos e da luta.
Poeta popular, ele conjugou, no seu modo peculiar de escrever, nesse pessoalíssimo e fecundo percurso criativo, a clareza efabulatória das palavras que a sua voz potente purificava e o guindaram próximo e amado do povo, com a inquietação das nossas mais fundas interrogações existenciais: a raiva, a ternura, o combate, a ironia, a solidão e o amor levados a limites de exaltação e acerto sintático como raros poetas entre nós conseguiram expressar com igual mestria e vigor, argúcia narrativa e assertiva evidência. Cuja influência está patente no seus livros, cedo revelou possuir o sentido de busca de uma identidade, de uma voz própria, de invenção discursiva, um estilo, inconfundíveis – que se manifestava na abordagem de temas fraturantes –, que o tornariam num dos mais respeitados, consequentes e inimitáveis poetas da sua geração.
Era apenas um sinal, mas significativo, auspicioso começo numa prática que o tornaria num dos mais importantes e solicitados poetas da nossa cantiga. Era o tempo das palavras das cantigas, da utilização como arma de arremesso para difundir "a mensagem", as palavras novas carregadas de futuro e de sentidos, espalhando-as pelo país inteiro.
POR RAULINO CAMPELLI
O poeta cordelista José da Cunha Neto, faleceu em sua casa, na madrugada do dia 07 de Fevereiro de 2010, no centro de Campo Maior. Cunha Neto, vinha sofrendo de vários problemas de saúde nos últimos anos de vida. Autor de diversos livros de cordel, Cunha Neto, escreveu poesias sobre Campo Maior, sua história e seu povo. Cunha Neto, era um dos maiores poetas de cordel do Brasil, com vários livros publicados. O saudoso poeta Cunha Neto, deixou diversas obras que relata a história da nossa gente, parentes, amigos e muita saudade!
Poeta que era, igualmente, a voz que plena, emotiva e certeiramente dizia as palavras necessárias e urgentes; o poeta solidário, morrendo aos poucos de ternura; o poeta dos instantes, dos dias altos, levantados, inigualáveis de Março.(13 de Março), Junho(Glorioso Santo Antônio)...Cunha Neto foi a voz e a palavra conjugadas num raro, inato talento de prestigiador, transformando, em arte, o que definiu, a poesia “numa arma carregada de futuro”. E essa voz, e as palavras que ela veiculava, ajudaram, de forma perene, a construir uma cidade, a edificar esse canto maior, uníssono, da nossa coletiva alegria, da geral libertação que todo um povo, erguendo-se do chão raso da vergonha e da ignomínia, pôde viver e sentir, e apossar-se, fazendo da Liberdade uma razão e de Março a sua lança para o futuro.
Cunha Neto foi mais do que um grande poeta; foi um expressivo, poderoso inventor de cordéis, de imagens que percorrem, anos volvidos sobre a madrugada que sonhámos, o nosso mais sensitivo território dos afetos e da luta.
Poeta popular, ele conjugou, no seu modo peculiar de escrever, nesse pessoalíssimo e fecundo percurso criativo, a clareza efabulatória das palavras que a sua voz potente purificava e o guindaram próximo e amado do povo, com a inquietação das nossas mais fundas interrogações existenciais: a raiva, a ternura, o combate, a ironia, a solidão e o amor levados a limites de exaltação e acerto sintático como raros poetas entre nós conseguiram expressar com igual mestria e vigor, argúcia narrativa e assertiva evidência. Cuja influência está patente no seus livros, cedo revelou possuir o sentido de busca de uma identidade, de uma voz própria, de invenção discursiva, um estilo, inconfundíveis – que se manifestava na abordagem de temas fraturantes –, que o tornariam num dos mais respeitados, consequentes e inimitáveis poetas da sua geração.
Era apenas um sinal, mas significativo, auspicioso começo numa prática que o tornaria num dos mais importantes e solicitados poetas da nossa cantiga. Era o tempo das palavras das cantigas, da utilização como arma de arremesso para difundir "a mensagem", as palavras novas carregadas de futuro e de sentidos, espalhando-as pelo país inteiro.
POR RAULINO CAMPELLI